Músicas com uma apelo melódico um tanto melancólico exercem um poder especial sobre mim. É como se elas conversassem com o meu subconsciente, como se me tocassem de uma maneira que vai além da que as outras músicas tocam. Isso acontece cada vez que ouço Wings, da inglesa Birdy. Com uma composição guiada fundamentalmente pelo piano, a canção conversa com a nostalgia e traz, ao meu ver, uma mensagem que mistura libertação com saudosismo. Utilizada recentemente para embalar a trilha sonora de Um Conto do Destino (Akiva Goldsman), a música traz um apelo que mistura, de uma maneira sutil e bela, romance, saudade, magia e a vida em si.

Seria muita ingenuidade e prepotência minha querer cravar o que a letra e melodia desta belíssima canção querem dizer. Mas, ao meu ver, é uma mistura entre recordações, tristezas e saudades. Em mim, ela desperta de tudo um pouco e deixa também de tudo um pouco. Você pode escutá-la e ter, ao mesmo tempo, as mais diferentes reações. Wings pode trazer as mais diversas interpretações. E elas, aliás, mudam a cada vez que você a escuta. Por vezes me vi relacionando sua melodia aos lamentos de um fantasma perdido através do tempo. Em outras, a relacionei com aqueles momentos da vida em que sonhamos acordados e revivemos memórias queridas.

O clipe, aliás, reforça bastante essa mensagem de “memórias”. Com um tom meio “viagem ao passado” misturado com “festa à caráter”, ele apenas faz com que a canção, assim como sua intérprete, se tornem ainda mais encantadoras. Birdy, aliás, tem isso. Junto com suas canções, ela parece ter vindo de outra época, outro tempo. Talvez essa seja a magia de Wings e de todas suas outras músicas.