Vilões e vilãs mais marcantes da última década-Parte II

1 Comment

Por Lucas Vidal

Dez anos representam bastante tempo no contexto artístico. Nesse período surgem estilos, nomes, movimentos e públicos diferentes. Se acompanharmos os personagens surgidos nesse tempo, podemos perceber as tendências impressas, tanto artísticas quanto sociais. Vale a pena, então, checar o que os diretores de cinema reservaram para os vilões, a escória dos personagens, nos últimos dez anos. De monstros e psicopatas a ursinhos de pelúcia, essa lista seleciona os melhores vilões que apareceram nas telas e causaram arrepios e pesadelos nos espectadores nessa última década. Acompanhe a segunda parte desse especial e não deixe de conferir a parte I!

2010 – Lotso

Lotso | Serendipitys

O que sempre destacou a série Toy Story (e a Pixar em um geral) foi a humanidade absurda que os filmes conseguiam passar para seres inanimados. No terceiro e mais sentimental capitulo da série, o vilão Lotso não é exceção. Esquecido por sua dona, ele acaba substituído por um boneco igual e cria um sentimento de rancor perante às crianças. Apesar de ser uma situação pela qual nunca passaríamos, um “problema de brinquedo”, tudo que passa na mente de Lotso é perfeitamente compreensível pelo espectador, seus sentimentos são completamente relacionáveis, tornando o personagem marcante e inesquecível sem ser maniqueísta.

2011 – Loki, Tom Hiddleston

Loki | Serendipitys

Apesar de “Thor” não ser exatamente um grande filme, Loki, o deus da trapaça, rouba o show. A atuação de Tom Hiddleston é divertida e carismática, expondo também os conflitos e as características trágicas de seu personagem, chegando até a nos fazer acreditar que Loki toma suas ações, não por maldade, mas por que pensa estar fazendo o certo. O personagem acabou virando o vilão mais icônico dos Vingadores, o que não é pouca coisa, já que os super heróis da Marvel hoje em dia fazem parte do maior e mais rentável universo do cinema.

2012 – Calvin Candie, Leonardo DiCaprio

Calvin Candie | Serendipitys

Quentin Tarantino já havia demonstrado interesse em dirigir Leonardo DiCaprio. Na realidade, o personagem de Hans Landa havia sido escrito para ele inicialmente. Após Chrisopher Waltz ter uma atuação devastadora no personagem, Tarantino resolveu criar um novo para DiCaprio em seu filme seguinte, de onde surgiu Calvin Candie. Dono de uma plantação de cana de açúcar no sul dos Estados Unidos, Calvin é cruel com seus escravos, sarcástico com seus convidados, e quando descobre o esquema que estão tramando para cima dele, extremamente ameaçador. A atuação de Leo é uma de suas melhores, sendo uma injustiça que, como sempre, o ator tenha sido completamente ignorado no Oscar sem nem uma mísera indicação.

2013 – Mother Russia, Olga Kurkulina

Mother Russia | Serendipitys

Aqui o impacto é o exagero mesmo. Mother Russia é, ao lado de Hit-Girl, o mais próximo de super que qualquer outro personagem de Kick Ass chega. Ela é a mais poderosa do grupo de vilões do filme, por isso resta à assassina treinada na Rússia o dever de derrotar a mais poderosa heroína do lado do bem. Ela é bruta, assassina, superforte, e mete muito medo, ainda mais ao lutar de maneira impiedosa com uma garota de 14 anos, por mais incrível que esta seja. O visual da personagem é monstruoso, assim como seus trejeitos e ações, tudo como de costume para a série: com muito sangue e violência.

2014 – Amy Dunne, Rosamund Pike

Amy Dunne | Serendipity

Não tão conhecida pelo grande público, Rosamund Pike entrou para o primeiro escalão de Hollywood com essa assustadora atuação como Amy Dunne em A Garota Exemplar. Como já vimos antes em filmes de David Fincher, a personagem é uma mulher calculista e fria, mas não sem emoções. Apesar de ter comportamentos quase psicopatas ao longo do filme, Amy é completamente levada por seus sentimentos, mesmo que estes lhe levem a executar planos mirabolantes e violentos para conseguir o que quer. O mais assustador, no entanto, é a capacidade da atriz de cometer tamanhas atrocidades enquanto mantém em seu rosto um semblante angelical.

2015 – Fletcher, J.K Simmons

Fletcher | Serendipitys

Se J.K. Simmons estava mais acostumado a fazer personagens engraçados, como o pai de Juno ou J. Jonah Jameson de Homem Aranha, em Whiplash a graça acabou. Fletcher é um professor implacável, que utiliza de torturas psicológicas e humilhações para “incentivar” seus alunos. No filme, ele encontra um jovem baterista que considera promissor. Por causa disso, resolve tornar a vida do menino um inferno. A atuação de Simmons é adrenalina pura. Ele berra e dispara palavras e gestos de desprezo em uma velocidade e raiva impressionantes. Apesar de Miles Teller estar fantástico como Andrew, tanto o desempenho quanto o personagem de Fletcher são completamente donos do filme, ditando seu ritmo frenético e deixando a plateia quase sem respirar.

 

1 Comments
  • Carlos Thompson

    Responder

    Muito bom,Lucas! Também acho que foram injustos com DiCaprio.

Leave a Comment