“I could change the world
I would be the sunlight in your universe
You would think my love was really something good
Baby, if I could change the world…”

Passei boa parte da semana com essa música na minha cabeça (junto com tantas outras que nos dão aquela sensação de “eu posso fazer alguma coisa muito boa”), mas ela não estava lá por acaso, não. Essa semana foi uma das mais importantes que eu já vivi e, acredite, não é exagero meu. Essa semana,  assim como esse mês, trouxe para mim uma das minhas maiores realizações pessoais até o momento: o Serendipitys. Eu não canso de me orgulhar desse projeto que começou há sete meses atrás e me deu mais trabalho do que eu jamais poderia imaginar. Noites sem dormir, mãos e dedos doendo de tanto dobrar Tsurus, provas e trabalhos deixados de lado… Tantas coisas que, aos poucos, se transformaram naquilo sobre o qual hoje eu tenho mais orgulho.

Lembro de quando a ideia do site começou a surgir. Eu havia saído de outra entrevista de estágio – mais uma vez – decepcionada, e, enquanto o táxi em que eu estava rodava por uma São Paulo nublada, fria e um pouco sem-graça, decidi que mudaria o rumo que a minha vida estava tomando. Eu criaria algo meu. Primeiramente, imaginei uma revista (dessas de bairro mesmo) com editorias e conteúdo que envolvessem tudo aquilo que eu mais amo: cinema, literatura, gastronomia, teatro e música. Na minha cabeça, tudo já estava pronto e, ingenuamente, eu acreditei que não daria trabalho algum. Porém, quando, em uma conversa banal, comentei sobre a minha ideia com a Marina, percebi que uma revista seria inviável. Ela, que também estava um pouco desanimada profissionalmente, sugeriu um site e, a partir disso, começou a história do Serendipitys. Ela bolou o projeto, o estilo e toda a composição do que viria a ser o Serendipitys. Dessa forma, em abril de 2013, deu-se início ao nosso site.

Os problemas foram inúmeros (e os ‘problemas tecnológicos’ foram os piores): Como se faz um site? E o layout? Quais serão os conteúdos? Qual o nosso diferencial? Qual mensagem queremos passar? Foram meses quebrando a cabeça, aprendendo como se mexe em um site, procurando um programador, pensando ações e matérias.  Olhando agora, nem parece que demorou tanto, mas o caminho entre o nosso plano inicial e a concretização desse sonho foi longo. Fazer com que o Serendipitys saísse literalmente do papel e fosse para o mundo virtual exigiu muita paciência, dedicação e envolvimento. Várias reuniões sem resultado, brainstorms em massa para encontrar nomes que ficassem bons nas editorias, escolha de pautas, análise de custos. Em certos dias parecia que o Serendipitys morreria antes mesmo de nascer, mas nós não desistimos e, depois de sete meses de trabalho e muitas mudanças, ele finalmente entrou no ar.

Enquanto o site ganhava forma, nós começamos a montar a nossa primeira intervenção: mil Tsurus para distribuir por São Paulo como forma de divulgar nossa mensagem (inspiração e felicidade). Deu muito trabalho, eu pensei muitas vezes que não conseguiria, ouvimos  pessoas dizendo que era ingênuo da nossa parte achar que daria certo, mas acreditamos e prosseguimos. E eu agradeço por termos continuado. Eu nunca pensei que distribuir pássaros de papel me faria tão bem… Passo pela Avenida Paulista (o local onde realizamos a distribuição) diariamente e sempre me pego pensando no número de pessoas com as quais eu cruzo e que teriam histórias incríveis para contar, mas que eu nunca tive a chance de conhecer. No dia 12 de outubro de 2013, graças a esses pássaros de papel, eu pude. Conheci inúmeras pessoas, de todas as idades, com as mais diversas histórias e dos mais diferentes estilos e me encantei por cada uma delas. Eu pude vivenciar tais histórias, me aproximar delas. Ver que eu consegui trazer um momento de alegria para o dia de alguém traz sensações que superam minha humilde habilidade com as palavras. Dia 12 eu vivi aquele tipo de coisa que não descrevemos, apenas sentimos.

O Serendipitys mudou a minha vida.

Os mil Tsurus me fizeram acreditar.

Por um dia, eu distribuí sorrisos.

Por um momento, eu mudei o meu mundo.