Resenha para um café – Dolci di Amor

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Há algum tempo, “passeando” por entre prateleiras de uma livraria, me deparei com um livro com uma capa fofa, com jeito de ser sobre gastronomia (quem me conhece sabe que amo livros e filmes que envolvam gastronomia em seu enredo, como é o caso de Angelina – O amor é o melhor tempero, livro que já resenhei aqui) e um título em italiano. Ao ler a sinopse, fiquei mais interessada ainda: era sobre uma mulher que, após anos de casamento, foi traída pelo marido e precisa reconstruir sua vida. Interessada, resolvi transformá-lo na minha leitura da época. Não foi preciso muito para que eu me apaixonasse pela simplicidade e pela beleza da história criada por Sarah-Kate Lynch em Dolci di Amor.

Depois de quatro abortos espontâneos e uma tentativa frustrada de adotar uma criança, a executiva Lily Turner dedica todo o seu tempo exclusivamente à vida profissional. Mas uma descoberta muda tudo. Daniel, o marido aparentemente dedicado que viaja constantemente para a Itália devido à sua profissão como importador de vinho, tem outra família. Sem hesitar, Lily parte para a Toscana em busca de explicações. Ao chegar lá, ela cai nas graças de duas senhorinhas muito especiais, que, sem ela saber, irão ajudá-la a encontrar a verdadeira felicidade.

Antes de me aprofundar, preciso dizer que a história envolve pela sua riqueza de detalhes. Quando Lily chega à Toscana, é como se nós estivéssemos caminhando junto a ela. Sarah consegue transmitir emoções e sensações de tal maneira que é quase como se você também tivesse embarcado nessa viagem – algo essencial em qualquer livro, mas principalmente em um que traz como mote também a culinária. O mais legal aqui é que as histórias vão se entrelaçando. Você acompanha um pouco da rotina de Lily, mas também de Daniel, Violetta e Luciana. A dupla de senhorinhas, aliás, é um ganho à parte. As trapalhadas e o amor que uma sente pela outra faz com que a narrativa se torne leve, divertida e muito especial.

Lily vai em busca de um enfrentamento e também de uma conclusão, porém, como tudo na vida nem sempre é tão simples, ela se encontra em meio a uma rede de curiosas conexões e percebe que, às vezes, o que pode parecer algo negativo acontece, na verdade, para nos fazer bem. É muito emocionante ver sua relação com a maternidade, seu desejo de ser mãe se contrapondo com o fato de o marido ter tido uma filha com outra mulher e a conexão que ela instantaneamente cria com essa criança mesmo sem querer.

A primeira vista, Dolci di Amor parece mais um livro de romance em que a mocinha entra em uma jornada de autoconhecimento para superar o pé na bunda e encontrar o homem ideal no fim da estrada. Sim, existe uma jornada de autoconhecimento aí, mas ela não se resume somente a isso. Esse é um livro sobre amor, mas não apenas o amor romântico – temos, por exemplo, duas irmãs que fazem tudo uma pela outra, apesar das inúmeras brigas – e é também sobre empatia, sobre compreender o outro mesmo em situações que “não tem justificativa” e encarar a vida por uma óptica mais otimista, mesmo em momentos ruins. Acima de tudo, a obra de Sarah é uma história de perdão e é justamente isso que a faz tão memorável. Ah! E nada como a bela Toscana como cenário (confesso, eu tenho um amor especial por livros que se passam na Itália).

O livro tem 351 páginas – facilmente devoráveis – e é aquela leitura ideal para um domingo preguiçoso ou para quando você precisa desestressar (também é muito bom para se ler no metrô e abstrair, viu? Recomendo!). Simples, mas cheio de beleza, ele vai te conquistando ao pouco e deixa aquele vazio quando acaba. E é assim que a gente gosta, não é mesmo?

Boa leitura!

Título: Dolci di Amor

Autor: Sarah-Kate Lynch

Editora: Record

 

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