Existem músicas para todos os momentos, porém, existem aquelas que servem para ocasiões únicas. Em geral, elas despertam algo que apenas naquela ocasião faz sentido. Você a ouve o ano inteiro, mas ela simplesmente não faz sentido nos outros 364 dias. É aquela música para aquele dia. Bem, já contei de algumas que me fazem sentir assim, no entanto, existem algumas que reservo para ocasiões especiais. E A Face to Call Home, do John Mayer, é uma delas. Ela não tem os solos marcantes característicos de John e não chega a ser exatamente uma balada, porém, ela simplesmente tem o poder de te transportar para onde você precisa ir.

Os acordes iniciais já indicam o que a canção transmitirá. Não há mensagem mais explícita de “feche os olhos e deixe se levar” do que esses acordes. A voz de John entra logo depois e, como é de esperar, com uma letra bastante significativa. Ao pé da letra, A Face to Call Home é sobre um relacionamento amoroso. Mas, se analisar, é possível perceber que ela pode ser adaptada para qualque situação: um lugar, uma pessoa – independente da relação que você tenha com ela -, uma planta, um animal, um livro, uma mamória. Tudo que você pode chamar de casa, tudo que te passa a sensação de estar em casa, de fazer parte, pode ser facilmente encaixado nessa música.

Eu, em geral, quando gosto de alguma música, gosto da letra como um todo, porém, essa em especial tem um trecho que eu gosto mais: “I’m an architect of days that haven’t happened yey” (sou um arquiteto de dias que ainda não aconteceram). Quem nunca fez isso? Quem nunca construiu futuros que nem sequer próximos estavam? Eu, por exemplo, fiz isso ainda hoje, conversando com uma amiga. O futuro parece dançar por nossas mãos, ele se movimenta como uma pequena bola de argila sobre a qual tentamos moldar uma escultura perfeita, mas que, no entanto, sempre sofre mudanças e nunca sabemos como ficará. Viram? Três parágrafos e A Face to Call Home já teve seu efeito sobre mim.

John não é extamente o tipo de músico que lança clipes a todo o instante e, por esse motivo, não existe um clipe tradicional para essa música. Porém, há um belo lyric video que, na minha opinião, ficou melhor com essa canção do que qualquer outro. As letras são semelhantes ao encarte de Born and Raised, álbum ao qual A Face to Call Home pertence. Então, a minha dica é: coloque a música para tocar, feche os olhos e simplesmente se deixe levar. A música fará todo o resto para você.