Uma visita ao Templo Zu Lai

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Há muito tempo eu venho sentindo vontade de conhecer um templo budista. Não somente pela paz que esse tipo de lugar transmite, mas também pelo Budismo em si. Gosto muito da filosofia que envolve a religião e, apesar de não conhecer tanto quanto gostaria a respeito, possuo uma grande admiração por seus ensinamentos. Foi a partir dessa vontade que eu comecei a pesquisar templos e, com a ajuda de uma amiga, acabei por descobrir o Templo Zu Lai. Inaugurado em 5 de outubro de 2003 e conhecido por ser o maior da América Latina, o local fica no km 28,5 da Rodovia Raposo Tavares, em Cotia, a apenas 45 minutos de São Paulo e tem entrada franca.  Pertencente à Ordem Fo Guang Shan, fundada pelo Venerável Mestre Hsing Yün, o templo tem sua cede em Taiwan, no condado de Kaohsiung. Há também unidades no bairro da Liberdade, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Olinda, no Chile, na Argentina e no Paraguai. O Zu Lai funciona de terça a sexta-feira das 12h às 17h e sábados, domingos e feriados das 9h às 17h. Às segundas o templo permanece fechado para o público. As cerimônia dominicais, por sua vez, ocorrem às 10h.

Lago localizado na entrada à esquerda do templo. (Foto: Sttela Vasco)

Lago localizado na entrada à esquerda do templo. (Foto: Sttela Vasco)

Optei por fazer a minha visita em um domingo, quando o próprio templo oferece um ônibus fretado saindo da rua Dr. Rodrigo Silva, ao lado da loja Ikesaki e próximo à estação Liberdade do Metrô, na linha azul. O ônibus sai pontualmente às 8h30 e a obtenção de lugares é feita por ordem de chegada, por essa razão, é recomendado chegar ao menos com uma hora de antecedência, pois, logo começa a formar fila. A passagem do ônibus, que custa R$ 15, dá direito à volta, que acontece pontualmente às 16h. Não é preciso fazer agendamento prévio. O caminho é bem traquilo e, sem trânsito, chega a durar menos de 45 minutos.

Chegamos ao templo pouco depois das 9h. Como as boas-vindas e a celebração dominical só se iniciam às 10h, é interessante usar esse tempo para conhecer os arredores. A minha dica é, ao chegar, não seguir direto para o templo, mas seguir pelo caminho à esquerda, que leva ao lago. Lá é um dos lugares mais bonitos e silenciosos do Zu Lai. Cercado por elementos típicos da cultura oriental – quando fomos, pudemos ver uma pequena cerejeira em flor – muito verde e imagens de alguns Buda para quem quiser fazer uma oração isolada dos outros visitantes.

Quem optar por seguir para a entrada principal irá se deparar com uma bela fonte em frente à grande escadaria que leva ao templo na qual algumas pessoas jogam moedas e fazem pedidos. Essa mesma entrada dá para o Jardim dos 18 Arhats, onde se encontram as figuras dos Arhats, os monges iluminados. O templo contém diversas salas, cada uma dedicada a uma coisa especial – há a sala dedicada aos mortos, a recepção, a sala de meditação, para atividades, etc – porém, quase todas elas ficam fechadas e algumas possuem entrada restrita.

Templo Zu Lai | Serendipitys

A ”fonte dos desejos”. (Foto: Sttela Vasco)

Um dos aspectos mais legais do templo é ter contato com algumas tradições, como ofertar um incenso ao Buda, pendurar um pedido ou agradecimento nas árvores. Também é possível experimentar o chá, que é distribuído gratuitamente no templo. Para todos esses procedimentos, há um voluntário pronto para orientar e ajudar quem ainda não é habituado às práticas budistas. Inclusive, quem se sentir interessado, pode participar da celebração.

Para alimentação dentro do templo há duas opções: o café, no qual se encontram pães, doces e alguns salgados ou o almoço, servido das 12h às 14h e com o custo de R$ 30 no esquema bufê. Vale lembrar que em ambos a comida é vegetariana. Tanto o café, quanto o restaurante e a loja de lembrancinhas não aceitam cartões nem de crédito e nem de débito. Para quem quiser outras opções, ao lado do templo, há também um restaurante com opções de rodízio de pizza e sushi muito bom e com preço justo.

A experiência foi muito boa e relaxante, porém, senti falta de um contato maior com o budismo em si. Caso você vá com o intuito de conhecer a religião, talvez seja melhor realizar um estudo breve antes. No templo em si não há muitas explicações e os voluntários, apesar de muito dispostos e solícitos, nem sempre conseguem esclarecer todas as dúvidas dos visitantes. Claro, é impossível querer conhecer uma religião apenas indo ao local onde se realizam suas cerimônias, mas por ter um caráter tão aberto ao público, seria interessante se o local contasse um pouco mais sobre o budismo para aqueles que ainda são leigos a respeito. Há também um fator negativo em ir com o ônibus: algumas atividades acabam restritas. No dia em que eu fui, por exemplo, teria uma aula de meditação às 15h30, porém, não pude acompanhá-la até o final porque o ônibus sairia às 16h. Para quem quer montar seu próprio cronograma, o melhor é ir com o carro. Há lugar dentro do templo para estacionar.

Templo Zu Lai | Serendipitys

Interior do templo. (Foto: Sttela Vasco)

Vale lembrar que, apesar de soar como uma visita turística, o templo é um local para meditação e oração e demanda certas regras de comportamento, inclusive no vestuário:

  • Não é permitido trazer quaisquer bebidas e alimentos para o interior do templo, logo, também não são autorizados piqueniques;Não trazer animais de estimação;
  • Não vir com roupas inadequadas (decotes, regatas e shorts);
  • Não fotografar nem filmar atividades e interior das salas sem autorização prévia;
  • Não fumar absolutamente em nenhum local do templo;
  • Não pegar nada que não tenha sido oferecido;
  • Não assumir posturas inadequadas nas dependências (deitar pelo pátio, debruçar-se nas muretas, estátuas e etc.);
  • Não manifestar contatos íntimos (beijos, abraços, carícias e etc.);
  • Não tocar nos instrumentos de darma;
  • Não fazer barulho e evite aglomeração na porta da sala principal (evite perturbar a concentração e o momento de oração dos praticantes).

Para mais informações sobre o templo, eventos, cursos, retiros e etc, acesse o site oficial do Zu Lai. Há, inclusive, uma visita 360° para quem quiser explorar mais o local antes de conhecê-lo!

Serviço:
Templo Zu Lai
Estrada Fernando Nobre, 1461.
(Acesso pelo Km 28,5 da Rodovia Raposo Tavares)
Telefone: (11) 3500-3600
zulai@templozulai.org.br

 

 

 

 

 

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