Por Gisele Ramalho
“Quem tem um amigo, tem um tesouro”.
Esta foi a frase mais utilizada para agradecer os amigos que me cercavam na adolescência. Devido a pouca idade, ainda não compreendia bem o que poderiam significar essas palavras; mas eu não estava só. Entre a época de debutante e o início da fase adulta, muitas reflexões sobre a amizade me vinham à cabeça como cutucões da vida. Afinal, o que seria a amizade? O que tornava alguém um amigo (a) de verdade?
Sabe-se bem que a era da superficialidade teima em permanecer, e com isso o labirinto se forma nas relações que nós, como bons seres humanos, estabelecemos socialmente. Imagine não saber quem realmente uma pessoa é, o que ela pretende, ou porque está se aproximando de você…? São motivos que deixam qualquer um confuso e desconfiado.
Dentre os fatores que assumem o papel de antagonistas da amizade, está também a vida corrida que nos submetemos: sempre atarefados, distribuindo nosso foco e irritados com a insuficiência de 24 horas a serem vividas. Já foi o tempo que as amizades eram processos simples em que conhecíamos as pessoas, nos identificávamos e mantínhamos uma relação saudável.
“- Nossa, como você é descrente da vida!”.
Você pode pensar. Mas, muito pelo contrário! Já parou para refletir o quão rasas estão as relações, e quanto a humanidade perdeu o seu cerne? O melhor desse mundo é justamente a diversidade e, dessa forma, há esperança. Hoje é comemorado o Dia Internacional da Amizade (e Dia do Amigo), a data foi instituída quando o homem chegou á Lua, e o argentino Enrique Ernesto Febbraro enviou cerca de quatro mil cartas para diversos países. “A chegada do homem a Lua significava a união dos homens, e assim não haveria objetivos impossíveis” – disse ele –.
Enrique acreditou na humanidade, assim como eu acredito! E sim, podemos ter nossos tesouros em pessoas. Mas a reflexão para dizer o que seria a amizade, e o que seria o verdadeiro amigo, tem o intuito de ajudar a enxergar suas relações; infelizmente, muitos têm meros colegas e se entregam cegamente. A amizade é aquela que sobrevive ao tempo, é construída em momentos bons e ruins. Os amigos são aquele que se comprometem conosco, sem esperar nada em troca; é uma parceria, um “casamento de almas”… Poucos são os que estão dispostos a isto. O “amigo real” é caracterizado pelo companheirismo, compreensão, respeito, honestidade, confiança e apoio.
Muitos são os tipos de amigos, mas a essência deve ser a mesma: aquele com quem podemos contar, aquele que podemos nos entregar, e aquele que também podemos fazer as loucuras e ter experiências sem igual. Amigos podem ser como irmãos, pais, ou até psicólogos, mas eles SÃO. A mensagem que fica é que as relações baseadas na amizade, com certeza serão profundas, e serão aquelas que o tempo não mudará: ao se encontrarem, é como se nunca tivessem se separado. Portanto chame seus amigos, vá comemorar. Você tem tesouros, basta reconhecê-los!
0 Comments