Por Gisele Ramalho
“Gentileza gera Gentileza” é uma das frases mais conhecidas, embora seu criador não seja lembrado pelo nome: José Datrino. Falecido em 1996, o Profeta Gentileza largou família, emprego e moradia para seguir vozes astrais que lhe chamavam à missão do amor, da gentileza e da doação.
Nosso personagem começou a atuar nos anos 1960, logo após a grande tragédia de Niterói. O Gran Circus Norte-Americano pegou fogo em sua estrutura e foram poucos os que conseguiram escapar. Com tantas mortes, Datrino sentiu que precisava sair de sua cidade e cumprir sua missão. (Para entender melhor o caso, veja o vídeo abaixo)
O Profeta Gentileza é um personagem real que, particularmente, me inspira muito. E ninguém melhor para falarmos neste Dia Mundial da Gentileza. Além da assistência aos familiares, vítimas da tragédia ocorrida, ele se responsabilizou pela disseminação da boa ação.
É nítido que quanto mais as cidades crescem e evoluem, nós perdemos a essência de propagar a gentileza. Seja um “bom dia”, um abrir a porta, ou um estender a mão; e quão triste é pensar que precisamos sempre que o outro nos faça bem. Nosso site tem a missão de rechear sua vida com inspirações, sorriso barato, e até receitas, mas o que você está fazendo?
Como o documentário acima relatou José Datrino espalhava frases, entregava flores e acreditava no poder das pequenas ações. Quem estava preso no congestionamento podia ler suas palavras e confortar-se com isso. E então, nos anos 1990 a população se assustou com os dizeres cobertos de cinza: a Prefeitura do Rio cometeu um engano e reparou o erro em 1999.
Quem nunca ouviu o cantar de Marisa Monte sobre este fato, e sobre este personagem? “Apagaram tudo, pintaram tudo de cinza. Só ficou no muro, tristeza e tinta fresca”.
Que hoje não seja somente o dia que observamos a comemoração da Gentileza, ou o dia que nos lembramos de um profeta; mas sim o dia em que vamos nos posicionar em relação a isso, é só perguntar: “O que eu vou fazer para melhorar o mundo?”. Pintar os muros talvez não seja possível agora, mas podemos “pintar” pessoas, estampar cartazes, acreditar e fazer valer esta fé.
“Sou maluco para te amar e louco para te salvar”.
José Datrino, O Profeta Gentileza (1917-1996)
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