Sair da zona de conforto é um desafio que nem sempre é fácil para as pessoas já acomodadas a uma situação. Mas sair de tal rotina, experimentar algo novo, sabores novos e ou simplesmente fazer alguma coisa que “estava fora de cogitação” pode levar as pessoas a viverem seus melhores momentos. No livro Cidades de Papel, a personagem Margot Roth Spiegelman,uma jovem intrigante e misteriosa, provoca o vizinho, Quentin Jacobsen, um admirador dela, a sair de tédio que vive diariamente e viver um pouco mais.
Quando crianças, os dois eram amigos, brincavam juntos e Quentin ficava nervoso quando a menina estava para chegar. Foi com nove anos de idade que tudo mudou quando, em uma ida ao parque, eles encontraram um cara morto próximo a um tronco. O mistério surgiu em Margot e, mesmo estudando na mesma escola, os dois ficaram até o último ano do colégio sem conversarem, Quentin apenas a observava.
Em uma das noites rotineiras e tediosas de Quentin, cumprindo sua função de aluno e também no chat com os amigos, Margo volta a aparecer na vida dele, surgindo na janela do seu quarto, com roupas pretas e com o rosto pintado da mesma cor. Aquela madrugada representaria um dos dias mais inspiradores da vida do protagonista, e sua queda de infância por Margo voltaria em proporções maiores, principalmente pelo mistério em que ela se transformou.
Depois entrarem nas casas de amigos, picharem paredes e observarem as luzes da cidade, eles invadem o SeaWorld. A madrugada acaba com um abraço. E depois, Margot sumiu. Por dias. E, com isso, Quentin percebe que existem pistas de onde ela pode estar, e decide procurá-la, novamente se enfrentando coisas que antes, para ele, eram inimagináveis.
Uma característica do autor John Green é inserir em seus livros obras de outros escritores, colocá-las como uma importante personagem para a história. Em Cidade de Papel, o livro Folhas da Relva, de Walt Whitman entra na realidade de Quentin tão intrinsecamente que o livro torna-se um guia até Margot. Mais que tudo, o sumiço da jovem faz com que o protagonista encare grandes medos e desafios, se aventurando pelas estradas dos Estados Unidos.
O livro incentiva o protagonista a descobrir mais sobre uma pessoa que ele gosta muito, mas é um mistério completo. No fim, ele acaba se descobrindo mais do que esperava. Cidades de papel, as cidades fictícias, ou nem tanto.
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