Sabe aquela música que, mesmo se não tivesse letra, seria impecável da mesma forma? Bom, essa é o que acontece com Elephant Gun, da banda  norte americana Beirut. Com acordes suaves, jeito despojado e um toque de poesia em suas letras, a Beirut tem inúmeras músicas muito boas (e isso tanto na questão de arranjo, melodia e composição de letras), mas é inegável o destaque de Elephant Gun. Há algo nessa música que encanta, envolve e leva o ouvinte para outra atmosfera. Com uma irreverência para os instrumentos (a música mistura o exótico Ukulele com muita percussão e até mesmo trompete), toda a melodia da canção se constrói como se estivesse contando histórias de muito tempo atrás, uma coisa meio mágica e um tanto fantástica.

Aqui no Brasil, a Beirut – e principalmente Elephant Gun – ficou conhecida graças à minissérie Capitu, produzida pela Rede Globo, em 2008, e que curiosamente se adequou com perfeição à canção. A delicadeza, a fantasia e a poesia presentes na série (assim como na obra em si) também marcam presença na música. Porém, mesmo com os belos cenários e a ótima fotografia, seria injusto colocar um clipe com cenas de Capitu para Elephant Gun uma vez que essa já possui um. O clipe é pura arte: dança, cor, vida. Um tom e um jeito de contar a história que remete a épocas antigas e à boemia. Uma música que não vai embora com o passar do tempo, uma música que não pode ser esquecida, uma música que permanece.